Balancei no vento incerto

nessa poeira que vai e volta,

senti  a chuva gélida

apoderar-se de mim

vislumbrei as nuvens negras

embrulhadas num manto de tristeza,

não sei se vi o tempo ou se me vi a mim,

as vagas gritam-me na praia do silêncio

que não passo de um especto vivente,

convidam -me a entrar nas águas

mas não consigo atravessar o Oceano a pé

a minha vida tem o peso da Terra

e eu sou frágil de mais

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chuva

Escuto a chuva beijar a janela

ela bate suavemente

com toques certeiros, sedutores,

pensamentos afloram

e sinto na pele, penetram no sangue

como um vulcão incendiário

de esperança e nostalgia,

são pensamentos fugazes, audazes,

viajando na brisa dos sonhos

e enchem os espaços vazios

onde a ternura se transforma em amor

e prolifera no coração.

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Para ti

 Ontem fotografei esta rosa que vive dentro de um vaso na varanda da minha casa e ainda assim sem ter um jardim sem sentir o aroma de outras por perto ela não deixa de brotar bela, serena, com a fragrância inebriadora da vida, pois luta por existir.

A vida é feita de pequenos momentos, de partilha, de troca, cumplicidade, confrontos de ideias, amizade, de tantas outras coisas e de amor, sempre achei que são os pequenos momentos  e por vezes os inesperados que tocam essa felicidade e nos dão alento á vida, são como a musica que entra no coração vai tocando com acordes nostálgicos e vai entrando até sublimar a alma e quando isso acontece passam a ser momentos únicos e a felicidade advém, assim hoje apetece-me oferecer esta flor á musica por existir e a  toda a sua sensibilidade e magia de ser, sim...é para ti.

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falta-me o sol

Hoje o dia amanheceu triste, sombrio, o sol fugiu de mim e eu preciso dele para viver, caminho na areia da praia o mar esta embravecido, sou só eu ele e as gaivotas por companhia, a chuva cai suavemente , sinto o vento gelar-me a cara mas sabe bem, observo o mar é como se eu fizesse parte dele, essa força das vagas que vive em mim e jamais me deixa derrotar posso tocar o fundo enrolar-me na areia mas resisto e elevo-me até chegar á praia da vida em segurança, mas tenho também essa tranquilidade aparente de acalmia onde posso navegar em mim sem medos nem contradições , onde o que é, é, podemos aprender tanto com a natureza, gosto de estar assim eu e ele como confidentes sentindo este cheiro a maresia que me envolve a mente e solta os pensamentos pesados , vejo-os sair são como fumo negro que se vai diluído ao afastar, neste momento tenho tantas perguntas sem resposta e o mar diz que hoje não me as dá, sou eu que tenho de as encontrar, é, o mar hoje esta de mau feitio não quer conversas, chego á conclusão que viver é uma arte, exige sabedoria, ponderação, paciência, esperar o tempo certo de ação, enfim, quando nascemos não nos passa pela cabeça os caminhos que vamos trilhar crescemos e continuamos na mesma, hoje é como que se fosse o primeiro dia do resto da minha vida onde tudo se encontra incompleto, onde eu mesmo assim estou.

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caminhos e descaminhos

Tantos trilhos, tantas veredas apertadas, enxurradas e escolhos no caminho mas… ainda assim quando olho ao redor o mundo brilha, o sol aquece o coração,a lua continua a enternecer os apaixonados e as estrelas são o manto do amor,como ficar indiferente à energia da Terra e não procurar ser feliz, coisa difícil a felicidade,feita de pequenos momentos que de serem tão pequenos quase passam despercebidos.

Dizem que o amor vive no Universo e acredito quando olho um pôr-do-sol, mas quando o sol se põe  eu sinto que ele  vive no mais profundo do meu Ser,  por vezes sinto-me  indecifrável, que não pertenço a lugar nenhum, não sou de ninguém nem de mim própria, nascemos livres mas no caminho precisamos de nos sentirmos unos, penso que o ser humano não nasceu para estar sozinho, faltam-me o fio condutor do nascimento a árvore genealógica, a força motriz regida pelo amor, sempre nos falta algo é como um fosso como um poço que jamais vai encher, ainda assim amanhã é outro dia, outro dia para renascer…

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Existem palavras

Existem palavras que me afagam

e com as quais adormeço

embalada até ao amanhecer,

outras servidas com o café da manhã,

e são um balsamo

um raio de luz que desperta o meu olhar,

existe tanto, de por vezes tão pouco,

nesta assimetria de distância

onde a verdade se diz e contradiz

ainda assim faz a vida transbordar

no cálice desperto da existência

na  magia da vibração do amor

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Medos

Os medos invadem desmesuradamente impedindo o caminhante de continuar,e  como uma árvore cria raízes na terra que o aprisiona , os medos impedem-nos de arriscar e ir de encontro à felicidade, podem até dizer que é precaução para não sofrer, mas como pode alguém não sofrer quando está refém de si mesmo, antes abrir as portas ao desconhecido e dar oportunidade que a vida descodifique  do que viver eternamente acomodado e a pensar que se tivesse dado um passo rumo á liberdade a vida poderia ter sido diferente.

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