astrespiramides

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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

EGO



Hoje em dia falamos tanto do ego e quase sempre como algo mau, mas o ego pode ser negativo ou positivo tudo depende como nos relacionamos com nós mesmos.
O ego todos temos, ele está relacionado com as nossas experiências desde o útero de nossa mãe, todas as lembranças, memórias, crenças,todas as emoções vão ficando registadas nas nossas moléculas e tanto faz se nos lembramos ou não, na verdade o nosso cérebro é como uma ilha, na ilha só vimos pequenas partes de terra e essas são as nossas lembranças, no entanto as ilhas são imensas montanhas submersas pelo mar que representa o inconsciente o que não nos lembramos mas está lá tudo registado como memórias, quando temos de tomar uma decisão sobre algo, a mente analítica vai procurar no cérebro termos de comparação com o que vivemos e se existe dor associada para que rejeitemos essa decisão pois o ego está relacionado com a parte de sobrevivência, no entanto os seres humanos vivem agarrados demais à parte negativa do ego , ou seja lembranças traumáticas do passado que o cérebro vai mandando frequentemente como mensagens e para algumas pessoas isso torna-se tão doloroso que vivem diariamente , tristes, apáticos, depressivos.

Maria José Pereira

Luna   

terça-feira, 17 de abril de 2018




Esperei á porta de Gaia, olhando o horizonte esperei te vislumbrar, as pontes sucediam-se sobre o rio tranquilo como quem sabe para onde vai.Esperava-te sem impaciência, os teus raios dourados serpenteavam com a brisa refrescante que osculava a minha pele, momentos irreais onde os pensamentos não cabem. Olhei em frente e a cidade do Porto sorria-me como dizendo que voltei a casa, sim...voltei ao lugar onde nasci, mas não ao de onde sou, semente polarizada pelo universo, partículas divinas semeadas na terra ,matériaque faz parte do todo, de onde sou, não sei, só sei que estou aqui a estagiar e viver a ilusão que é viver.
Esperei-te mas hoje não te vi as nuvens apareceram para me mostrar que nem tudo o que queremos acontece, ainda assim o pôr do sol não deixou de existir pois não é porque não vemos certas realidades que elas não acontecem em frente dos nossos olhos adormecidos.





Maria José Pereira (Luna)


sexta-feira, 6 de abril de 2018



Cada um de nós à sua maneira já experimentou a dor, a doença, as perdas sejam físicas ou materiais, dissabores, traições , inseguranças e tantas outras situações, e como o ego quase sempre está no comando quando a vida nos corre mal arranjamos sempre um bode expiatório e a culpa é sempre dos outros, nunca atribuímos a culpa a nós mesmos e às más escolhas que fazemos.

O universo é sábio e ele nos mostra através da natureza que tudo tem um tempo de maturação, mas nós queremos tudo para amanhã e quando algo está a nascer não damos tempo suficiente para tomar o rumo seguro, assim sendo vamos criando bloqueios que servem para nos mostrar que estamos a forçar algo que que mais tarde nos vai dar dor, mas o nosso ego teima pois o orgulho a vaidade a.... mostram-nos um mundo a três dimensões onde vive a dualidade e os termos de comparação parece ser o único caminho real, será mesmo? poucos de nós aprendemos a viver desde pequenos o mundo espiritual que nos mostra o eterno, que nos tira o véu da ilusão, nos mostra outra forma de consciência a unicidade com o todo, a aceitação de tudo com o entendimento de quem somos , as religiões são importantes de certa forma pois impulsionam ao crescimento interno, mas como as religiões são feitas pelos homens acabam ensinando pouco e mantendo as pessoas cativas a certos dogmas sendo o crescimento espiritual diminuto, quem sabe se aprendermos a ver com os olhos da alma em vez do ego o caminho para a felicidade seja feito de forma reta em vez de caminhos escarpados.




Maria José Pereira (Luna)

foto -Culy Lavaux

sexta-feira, 16 de março de 2018

Era já tarde da noite, e pela janela entreaberta da alma olhei as estrelas suaves e luzidias no firmamento, que existe para lá da mente, do conhecimento, porque tantas vezes sentimos escuridão se a vida é luz, porque precisamos de termos de comparação para entendermos o que pensamos ser verdade e tantas vezes não o é,vivemos num mundo dual, mundo ilusório entre o ser e não ser, penso que essa dualidade nos leva a viver em plena separatividade quando na verdade tudo é uno, talvez por isso se diga que os opostos se atraem , quem sabe se quando entendermos a unicidade entre céu e a terra, entre a vida e a morte, quando percebermos ou sentirmos que somos todos um, possamos viver em um mundo de paz interior e exterior.

Luna

quinta-feira, 8 de março de 2018

Chove lá fora,
chovem lágrimas de sangue
no campo de batalha
crianças tombadas no chão
arrastadas, subtraídas à  vida,
guerras sem sentido
que invocam, Deus, liberdade,
tolos facínoras que não sabem o que fazem,
como se pode lutar pela liberdade com guerra,
como se  pode ser livre
se a mente está conspurcada com animalidade.
Dizem existir um inferno no Céu
mas esses criminosos  
promovem o inferno na terra.

Luna

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Um dia alguém me perguntou se sempre fui feliz,
por quase sempre ter um sorriso no semblante,
antes de responder tive de pensar
no meu trajecto desde que nasci,
tive momentos...vivi momentos…
onde a tristeza condicionou a felicidade,
mas como sempre temos escolha,
escolhi acreditar na vida,
no lado bom de cada um de nós
e decidi viver, sonhar, acreditar no amor,
accionei o controlo remoto
e aprendi a sorrir,
e sorrio aos vendavais da vida
pois sei que a acalmia virá
e sorrio à falta de amor que me viu nascer
pois não vindo ao mundo não poderia viver,
e sorrio ao sonho de menina que me roubaram
pois as pedras do caminho me fortaleceram.
então pude responder

Sim sempre fui feliz, muitas vezes sem o saber.

Luna

domingo, 25 de fevereiro de 2018


Olho através das vidraças,caem gotículas
que escorrem e se estilhaçaram no chão,
o Outono Chegou, as folhas velhas esvoaçam ao vento
enquanto existem as que negam se desligar do galho da vida,
terão elas o poder de sobreviver?
Desvio os olhos da janela e visualizo uma flor solitária à beira do caminho,
É como a vida vazia de tantos seres
que só  permanecem pela memória dos afectos
e a cada dia que passa o frio mistura-se
na sala nostálgica da mesa posta só para um,
a maior iguaria fica trancada na garganta
onde as palavras adormecem caladas,
na cadeira fronteiriça lembranças…
um vulto, um sorriso , promessas tantas por cumprir,
mas nos olhos o peso da vontade
na força dos insubmissos que não se vergam à dor

ainda que o Inverno da vida já tenha chegado.

Luna

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018


De pés descalços  passeava na areia molhada da praia deserta,
olhando  para trás via as pegadas que se iam apagando aos poucos
era como a vida que pode ser reescrita a cada instante.
Sentia a maresia inundar os meus sentidos
Era o começo do principio sem fim ,
Do sentido de unidade,
onde a vida e a morte se tocam
onde não existe a separatividade
a dualidade, o sentido egoico,
para que ser uma sombra  perdida na multidão
que já cansada de lutar
vai deslizando como areia ao sabor da ventania.
Se podia ser o solfejo do universo
e entender que não existe para a alma
o bem e o mal, é só deixar ser...estar…
esquecer o relógio do tempo
e parar o pensamento deixando só o sentir.

Maria José Pereira (Luna)

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018


Passava na rua, vadia de afectos,
olhei-te sentado nas pedras molhadas do caminho
cruzamos os olhares...
vi nos teus, chispas incandescentes de raiva incontida,
de uma vida sofrida, aquecida por uma garrafa jà vazia,
a tua boca abriu-se, e dos lábios gretados pelo frio,
saiam sons decifráveis, misturados na saliva que escorria
e ambos se estilhaçaram  no chão,
Näo… näo podia deixar que a dor de uma vida perecesse ali
com cuidado colhi como flores aquelas palavras sofridas,
encostei-as ao meu coração quente de afectos,
dei-lhes carinho, amor e assim as entreguei prenhe de vida,
Ele pegou-as, olhou-me, uma lágrima rolou.
e tranquilo adormeceu.

Maria José Pereira (Luna)




sábado, 10 de fevereiro de 2018


Quando a vida te disser não,
não a queiras enfrentar,
ele está a avisar-te
que escolheste o sentido inverso no caminhar.
Quando os olhos chorarem de dor
näo te feches ao mundo e escuta o coração,
sem quereres, sem vontades,
sem teimares no que te faz mal,
Escuta-o simplesmente, deixando-o sibilar.
Com serenidade e o tempo certo
uma nova vereda irás encontrar .
acomoda-te na praia de ninguém
deixa a tua essência escolher,
sem medos, sem anseios, com a alegria de viver
olha o mar, vê a tua vida a passar
Como as ondas que vão e voltam
tudo um dia se vai modificar
é como no horizonte o pôr do sol
que nos mostra que há sempre
uma oportunidade que acaba por chegar.

Maria José Pereira (Luna)


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018


Como explicar o inexplicável,
os sentimentos que fluem
que nascem do nada,
que näo säo corpóreos,
ainda assim reais.
Como explicar o que se sente
sem se ter,
Como o perfume do vento
ou mesmo o sentimento
que se vive sem viver.
Como explicar as energias que chegam
se apoderam de nós
como a  saudade do que existe sem existir,
ainda assim  passam a fazer parte da vida.
Como explicar a existência,
o que é real, o indivisível
a vida ou a morte,
neste mundo irreal
como explicar o que é , simplesmente Ser.

Maria Jose (Luna)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

De braços abertos, face na face, os olhos sabem ler o mais ínfimo suspiro que brota da alma, que fazemos neste e por este mundo insano, que não o sendo, a própria inquietude do Ser que por não o ser  se transforma em insanidade levando a um mundo de inquietude.

Luna

terça-feira, 23 de janeiro de 2018


Sou prisioneira
Entre palavras amordaçadas
E pensamentos contraditórios
Que penetram em mim
Numa dança magica
Sinto-me envolvida, amordaçada,
Grilhetas invisíveis
Nascem no fundo do meu ser
Sou subjugada, aprisionada,
Como barco naufrago
Deslizo ao sabor do vento
Até encontrar o farol guia
O meu porto seguro.


Maria José (Luna)

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018



Amigos para vocês escrevo,
Palavras contidas, sentidas,
Rabiscadas numa folha de papel,
São o meu jardim florido
Cada um com o seu próprio cheiro e cor.
E neste universo de luz onde todos somos um,
Vôo como borboleta
Pousando de flor em flor,
Colhendo o carinho, colhendo o amor,
Quero ser chuva que rega a terra
De momentos partilhados
Um rio que corre para o mar
Em abraços apertados
Ainda que ausente, presente estarei,
Neste planeta terra de oceano azul
Onde novamente encarnei.


Maria José Pereira- luna

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Caminhava na praia deserta
Sentindo o cheiro do vento,
olhei o horizonte de olhos cerrados,
assim te pude ver
companheiro da eternidade
não encontrado nesta existência,
sinto os salpicos das ondas
que acariciam o meu rosto
quem sabe o teu carinho
no ancestral toque de amor,
sinto-te perto, ainda que longe,
mas que importa uma vida
se temos a imortalidade do tempo
no tempo que não existe,
no ar entoa a musica das esferas
nos doces acordes dos violinos
e das harpas dos tempos idos
abri os olhos
mas o sonho prevalece
no amor que é intemporal.


Luna

terça-feira, 9 de janeiro de 2018



Balancei no tempo incerto
na poeira que vai e volta,
Empurrada pelo vento de inverno
que traz a chuva embrulhada
em nuvens de tristeza,
é  como o chorar dos anjos
tocando a terra quando as vagas do mar gritam
que só os seres sublimados
atravessam a pé as águas do oceano.
Julgamo-nos fortes , especiais, indestrutíveis,
que tudo sabemos, que tudo transformamos,
mas basta a mãe terra estremecer
para as nossas frágeis construções
serem abalroadas.
Só o amor nos pode transformar em seres maiores,
e é a semente que germina eternamente
entre o coração e a alma pela eternidade.

luna



domingo, 7 de janeiro de 2018


Vou aguardar
As estrelas vindas do céu
Uma vez que já o sol brilha em mim,
houve um dia
Em que a mágoa abafou minha voz
E os sentidos emudeceram
O corpo gélido do pensamento,
Esperei, aguardei, cerrei a janela da alma,
E assistia à tormenta
Dos raios que entrelaçavam os céus,
Mas na hora certa…
As nuvens se dissiparam
E o coração aqueceu,
No dia, que decidi
Me abraçar outra vez.

Luna

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Ressoa no silêncio
Uma voz de menina
Dos tempos idos
Perpetuada nas sombras da mente,
É silenciada no revelar do alvorecer
E na ausência da luz retorna,
Frémito incessanto,
Que o tempo não apaga
Como vampiros,
Sugam, dilaceram,
E a criança errante volta
Seu coração ainda punge
Nas suplicas da voz subjugada,
Nas lágrimas impedidas de rolar,
Mas as sombras só existem
Quando as deixamos entrar,
O passado é como as ondas do mar
Que ao beijar a areia da praia se desvanece,
Olho o horizonte
Que fica entre o hoje e o amanhã
E a vida nasce crepitante a cada instante.

Luna