astrespiramides

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sábado, 29 de setembro de 2012

Entre o mar e o ceu
 
existem fios de luz
                                                                   gotas de incenso

                                                                   raiados na água,

recordando

pérolas preciosas

de brilho encoberto

num olhar que se ausenta,

são águas apaixonadas

que sobem e descem montanhas

para desaguar no mar

onde finalmente

as pérolas cristalinas

serpenteiam com os raios solares

num bailado de amor 
 
Poema e fotos Luna


 

terça-feira, 25 de setembro de 2012



Marginais dementes
de sociedades abjetas
onde cabeças de mórbida sabedoria
abrem livros em recitais transviados
e excutam vidas
no cadafalso da existência
arrebatando o trabalho,
a saúde a educação,
vampirizando o sangue
dos corações já destroçados

Poema e fotos Luna

segunda-feira, 24 de setembro de 2012



Sinto-me presa
na arvore sefirotica do tempo,
amarras existenciais
como estacas de espinhos aguçadas
que penetram na pele, perfuram a carne,
qual touro ensanguentado na arena
que investe  no nada,
assim sinto que sou.
São as masmorras da vida,
grilhetas presas aos pés
que não deixam caminhar,
choupana mal erigida
que não  deixa sonhar,
sou acolito de mim
mancha que a  vida lançou
e o tempo moldou  

poema e fotos-Luna


sexta-feira, 21 de setembro de 2012



Um dia ainda vou saber escrever,
olhar para ti folha de papel
e ao sentir que esperas por mim
alva , serena em cima de uma mesa,
vou encher-me de coragem
e desenhar sentimentos,
aliviar a minha alma…
mas os sentimentos não se escrevem
nem tu me irias entender,
então sozinha debruço-me
na varanda da vida
tentando descobrir um raio de sol
estou cansada do  Outono em sempre vivi
e a certeza que ele me dá
de ser uma ânfora perdida
no fundo do mar,
mas sei que tudo passa,
nem que seja um dia
quando o Inverno da vida chegar.

poema e fotos Luna

terça-feira, 18 de setembro de 2012

 Fotos monte da lua em Sintra

Vou prender com o meu sari
os pensamentos difusos
que corrompem a mente,
faz-se urgente  encontrar
a espada do discernimento
e cortar o nó da Ilusão,
e como preciso entender
as estagnadas águas
que correm no coração
sentir a verde tranquilidade
ao sopro do mar
e redescobrir o cântico da folhagem
no afago da consciência.

Poema e fotos Luna 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

 Monte do Serrado-Madeira
Nazaré

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Abri a janela fechada
com portais sem vidros
a Terra estava pardacenta,
ainda assim teimei em escutar
o cântico dos pássaros
mas os troncos das árvores queimadas
sem folhas, perderam os ninhos.
vejo gaivotas bailarinas
planando esfaimadas
mas não tocam o mar
o cântico das nereidas pereceu
no fundo do Oceano
e as pedras carpem
servindo de mortalha
às vidas que já não se renovam,
existem seres em redomas de vidro
de olhar estático, corpo amorfo,
pensamento vazio,
pelo tudo que destruíram
pela vida perdida que já não volta

Poema e fotos -Luna



domingo, 16 de setembro de 2012

 Nazaré
Madeira


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A não identificação


Quando nos identificamos com pessoas, ideias, ou qualquer outra coisa a nossa consciência fica adormecida, a consciência é o Ser, a alma, o budata, pouco importa o nome, é a nossa parte mais pura, ao nos identificarmos com algo perdemos a vigília, esquecemo-nos de nós , do ser, e entregamo-nos aos egos, vivemos fascinados pelo mundo que nos cerca, pela beleza, pela perfeição, pelo material, e em especial com os problemas diários, e são estes, os prolemas que nos ativam o medo e este mantém as dificuldades mais dinâmicas, quanto mais pensamos maiores se tornam, é o medo da vida, da morte, os problemas financeiros, as calunias, os escândalos, os familiares, enfim não acabam… mas, se pensarmos que tudo passa, o que hoje parece não ter solução dentro de algum tempo faz parte do passado e de uma forma ou de outra esta resolvido, se não sucumbirmos, se não nos identificarmos com essa questão vai ser mais fácil a resolução, quando assistimos a um problema que não é nosso a solução é mais fácil,  as ideias aparecem e torna-se mais clara a resolução, então talvez seja bom analisarmos tudo o que nos rodeia como espectadores, como se  assistisse-mos  a um filme em que somos simples atores e não deixarmos os medos  as emoções nos confundirem, Se estivermos sempre atentos á não identificação fazemos a nossa vida  e a dos que nos cercam um pouco mais agradável, não, fácil não é, mas quem disse que viver é fácil.

poste e fotos- Luna

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

 Florença
Fátima

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Procuro o silêncio adamascado
entre portais e vitrais
recônditos pensamentos
são como viagens indetermináveis
na leveza do Ser


poste e fotos _Luna


terça-feira, 11 de setembro de 2012



Serei caminhante
fracasso de asas ao vento
rastejante nas amálgamas da terra
serei o que cada um quiser
independentemente do que eu fizer
ainda que seja um coração trovador
um anjo caído por amor
serei o que cada dum disser
muito além do meu sentir

fotos e poemas Luna

domingo, 9 de setembro de 2012



“ Vejamos o que é a beleza, não a beleza da forma, que também é linda, a beleza de uma arvore adorável, a beleza de um gramado verde, a beleza de uma montanha, sua majestade projetada contra o céu azul, a beleza de um ocaso, a beleza de uma flor solitária crescendo numa calçada. Não estamos sendo românticos nem sentimentais. Estamos inquirindo juntos o que é a beleza, vocês tem esse sentido de beleza em sua vida, ou esta é medíocre, sem sentido, uma eterna batalha de manhã á noite? O que é a beleza? Ela não é uma questão sensual nem uma questão sexual, porque sem a beleza no coração, vocês não podem florescer em bondade. Vocês já contemplaram uma montanha ou o mar azul sem tagarelar, sem fazer ruídos, prestando de facto atenção ao mar azul, na beleza da água…se sim, vocês viram que nesse instante vocês deixam de existir e só existe aquela grandeza…assim a beleza existe quando vocês não existem.”

Trecho do livro “ sobre o amor e solidão “ de Krishnamurti

Poste e fotos Luna

quinta-feira, 6 de setembro de 2012



Balancei no tempo incerto
senti a poeira que vai e volta
empurrada pelo vento de inverno
e a chuva embrulhada em suspiros de areia
toca na Terra mãe que estremece,
sou uma frágil construção
castelo de areia levada pelo mar
sou o que eu sou
uma partícula de som
um sonido da harpa do amor

poste e fotos Luna

segunda-feira, 3 de setembro de 2012



Que existe para lá da névoa do vazio sepulcral onde nos encontramos, deslizando abruptamente sem atalhos no destino percorremos as margens do rio de encontro a reflexos Suspensos como gotas incolores que tombam do nosso olhar nesse frenético balouçar feito em fio de emoções, que aquece ou arrefece o nosso viver.
poste e fotos -Luna

sábado, 1 de setembro de 2012



Não,
hoje não vou falar do mar,
nem do sol, nem do luar,
hoje vou gritar em silencio
redescobrir-me, reencontrar-me,
hoje não vou falar de tristezas
nem sentir incertezas
só no vazio deslizar
e sentir que um dia
as nossas mãos se vão poder tocar

Poema e fotos de Luna