astrespiramides

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013


 
Ainda existe magia
Mas só contemplamos o superficial
Ainda existe encanto
No pipilar de uma gaivota
No dileto rumorejar
Nas vagas sereias do mar
Aida há fascinação
No ventre de uma mulher
No coração que conhece o perdão
Ainda existe magia
Na crispada vida vivida
Nos erigidos castelos de fantasia
Se não nos entregarmos às masmorras dos pensamentos.
Fotos e poema Luna

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

História de Natal




Que perfume inebriante jorrava da clareira, onde os misteriosos duendes, fadas, ondinas e os gnomos ião depositando no caldeirão da vida o elixir da eterna felicidade, uma a uma caiam as folhas da paciência, da bondade, generosidade, humildade, delicadeza, entrega, tolerância, inocência e sinceridade, conforme se misturavam, como numa dança ritual formavam ondas de amor, o chilrear dos pássaros, o sussurro do vento por entre as folhas das arvores, as aguas dos rios cor de prata da lua que se refletia nas cachoeiras ao longo do caminho, era o deleite da dança sagrada do Universo, os seres da floresta felizes com a poção magica finalmente adormeceram.

Até que um dia , os homens escondidos no lodo da terra encontraram o caminho da clareira magica roubaram o caldeirão e misturaram a ambição, sentimentos mesquinhos, inveja, raiva, muita maldade, e entre gritos coléricos no negrume da noite devoraram a poção magica, a partir desse dia a terra ficou cinzenta, as guerras iniciaram-se, os rios secaram, os pássaros deixaram de cantar o mundo ficou frio e triste.

Mas as fadas continuam  com as folhas que sobraram a tentar nova poção para abençoar os homens e fazer que o amor reine nos seus corações
 
fotos  e post de Luna

 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013


 
Muitas vezes me indago, o que é viver, porque na maior parte das vezes as nossas escolhas nos levam a becos sem saída e nos conduzem á dor, ao martírio, qual a razão porque damos mais atenção e registamos na nossa mente os aspetos menos bons, e pouco valorizamos ou nos lembramos do que é benigno e acontece no nosso trajeto de vida, talvez não passemos de seres imperfeitos procurando uma perfeição inexistente, somos seres duais e precisamos de um termo de comparação para o entendimento diário das nossas ações, mas tantas vezes colocamos os patamares do essencial altos demais e não conseguindo atingi-los vivemos perpetuamente em conflito interno, sem encontrar a felicidade que almejamos.
Existe um vazio que tentamos colmatar com o materialismo que a sociedade põe ao nosso dispor, mas o vazio contínua em muitos, e em muitos casos a solidão impera mesmo no meio da multidão, o que nos falta, eu acredito que é a parte espiritual que nos pode equilibrar a mente, não importa o tipo de religião que professamos nem onde vamos beber a sabedoria eterna, mas é o equilíbrio encontrado entre o espiritual e o terreno que nos vai equilibrar os centros, alimentar a alma o budata ou como o  queiramos chamar, cada um de nós acredita no que acredita e é livre de o fazer, como de delinear o seu trajeto neste pequeno percurso que fazemos pela terra, um dia vamos partir não sabemos quando, nem isso é importante, mas vai acontecer apesar de não querermos  falar ou sequer pensar no assunto, então nada melhor do que hoje fazemos por ser felizes, pois é só o dia de hoje que importa, e pode ser o primeiro da nossa existência.
Luna

quinta-feira, 31 de outubro de 2013



Como uma flor a vida desabrocha
na ilusão vivifica,
quando chega o Outono as pétalas já sem luz
sentindo a pele rugosa que não seduz
como bola,
a aparência rebola açoitada  pelo tempo
ao  vento,
 sentindo a  ventania as pétalas voam em agonia,
por  descobrirem
que a beleza não passa de  quimera
que tudo acaba um dia,
menos o amor ,lançado no tempo,
lapidado  por alquimia
transforma como por magia
o verdadeiro sentido da vida.
 
Poema e fotos Luna


sábado, 12 de outubro de 2013


Olho o horizonte
Dizem que ele existe, mas não o toco.
Será que existe razão
Nas explicações intocáveis?
Será que o tempo tem valor
Quando o fechamos numa mão
Como a areia da praia que se perde
Num areal de afetos.
Rasurada é a ilusão,
Como salpicos de mágoa
Que o peito aperta e sacode
Num arrepio que invade a alma.
Foto e poema Luna

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O amor
Não tem cor
Nele estão buriladas
As reveladas aos nossos olhos
E as que desconhecemos também
O amor não tem cheiro
nele está incutido o aroma das estações
Desde o rebentar ao cair das folhas
O amor não se sente ao tocar
Porque não é paixão, não é prazer,
Ele existe e não vê
É a dádiva que nos sacode a alma
Que nos invade o Ser
Que vivenciamos, experimentamos,
E não é traduzível por palavras.
O amor simplesmente É.
Foto e poema Luna

sábado, 28 de setembro de 2013



 
No norte e desnorte
Subi cumes, desci vales,
E cambaleado perdi o rumo,
O vento açoitou os pensamentos
E rastejando pelas escarpas da existência
Dilacerei o peito ,
Sentindo o coração retalhado
Pedi á mente para adormecer
Fechei os olhos para não sofrer
Mas o ciclo da vida ainda não tinha terminado
 
Poema e fotos Luna

 

 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013



Devemos aprender a navegar a nossa própria vida, como um capitão que navega seu barco, a bússola é um meio imprescindível e o conhecimento dos mares o levam a porto seguro, assim cada ser deve controlar seus pensamentos, cultivar a paciência a tolerância o perdão, quando conseguimos harmonizar os sentimentos alterando a forma negativa de agir por uma positiva não só a nossa vida se torna mais leve como a das pessoas que estão junto de nós, mesmo não estando de acordo com algo se ao reclamar não o fizermos com agressividade o outro ficará mais aberto á “discussão” .

Cada um de nós é um ser único, todos de alguma forma temos o nosso valor, as qualidades, aptidões, ninguém é melhor que ninguém, somos todos iguais sentimos medos, impulsividade, raiva, sofrimento, cansaço temos dias bons e menos bons, todos ambicionamos a felicidade, o amor a paz, no fundo precisamos equilibrar e aquietar a mente para podermos agir de forma mais passiva, talvez se tivermos no pensamento que devemos tratar os outros como gostaríamos que agissem connosco as pedras que encontramos nos caminho seriam mais facilmente desviadas.

Maria José Pereira
Luna

sexta-feira, 6 de setembro de 2013


 

Olhei pela janela da vida disse adeus, resolvi despedir-me de tudo e partir, mas tudo era tão pouco, fui arrancada dos meus pensamentos por um toque no ombro direito, virei-me e nada vi ,mas escutei um sibilado e uma brisa suave tocou de leve meu pescoço e então escutei uma voz como saída da lira de Orfeu que me indagou:

Como podes dizer que o teu tudo é quase nada, verme egoísta que te sentes rastejar no lodo da terra de tanto egocentrismo em que te encontras, olha lá para fora, as árvores crescem para te proteger a vida, matar-te a fome ajudar-te a respirar, repara no colorido das flores que abrilhantam teu olhar e os rios que tropeçam nas pedras sem se queixarem e seguem seu rumo para o mar que beija a areia da praia que acaricia teus pés , sente o sol que te oscula e faz teu corpo vibrar e para tudo isto  tens a visão que te deixa beber toda essa beleza  que tudo te dá sem nada pedir.

Como podes dizer que o teu tudo é quase nada, quando tuas pernas caminham no asfalto que construíste, o sangue percorre teu corpo fazendo que o teu coração toque os acordes da vida, sente como o cérebro entoa as memórias da existência, vida que escolheste pelas decisões que tomaste ao longo do tempo, não digas adeus pois a despedida iria demorar uma eternidade tempo que não possuis, agradece simplesmente cada dia com os momentos bons e menos bons que servem de aprendizado ao teu caminhar.

Sai de dentro de ti, desse mundo materialista subjetivo que criaste para te proteger, abre-te aos outros, ao novo, deixa que a vida flua no teu Ser e levita na leveza que existe na doação,

no amor,  isso é a felicidade o que procuras sem encontrar.

Empalideci ,quase perdi as forças, e percebi que toda a minha vida vivi sem viver, mas…

Ainda me resta o dia de hoje para alterar o rumo da vida, porque o ontem já passou e amanhã não sei se vou cá estar, então sim é hoje o primeiro dia do resto da minha vida.
Fotos e post Luna

quarta-feira, 4 de setembro de 2013



 
Tenho estado a pintar esta peça, que ainda falta alguns retoques, mas o que acho de mais fantástico é que conforme nos posicionamos o busto vira-se para nos seguir com o olhar
 
Pintura de Luna
 

terça-feira, 3 de setembro de 2013


 
 
Digo adeus sem dizer
E recomeço em novos trilhos
Que me afastava de partilhar,
Os ventos mudam
E na nostalgia da perda
O compasso da vida permite flutuações
E o que não era passa a ser,
Transmutação de amizade em amor
De amor em amizade
Mas, não será a amizade só por si
O ato mais sublime de amor
Que tudo dá sem nada pedir.
Poema e fotos Luna

domingo, 1 de setembro de 2013


Uma lagrima de amor, rolou,
Sem saber onde cair, ficou,
Maresia do olhar, dorido, cansado,
Desceu ao coração magoado.
Outrora em sonhos e ilusões
Se fez princesa
E nos braços do amor
Dançou a valsa dos ditosos
Mas logo a profecia aconteceu
Porque quando a princesa nasceu
Foi despojada do amor.
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Nota para os amigos:

Por vezes ficam preocupados com o que escrevo, mas são só poemas e não retratam

A minha vida mas a vida de muitos de nós.
 
Poema e fotos Luna


 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013


Meus olhos fixam o céu
Procurando quem sou
Não tenho raça ou cor
Sou de nenhum lugar
Mas sou conflito
Neste corpo e espirito
Neste coração que bate
Dragado dentro de mim
Preciso dissecar pensamentos
Arrancar sentimentos
Que não sendo ervas daninhas
Proliferam na minha mente
Sou energia, inconsequente,
Nesta luta desigual
Entre o bem e o mal
Na corrida entre o nascer e morrer.
 
esboço e poema Luna

quinta-feira, 29 de agosto de 2013


 
Procuro o balsamo que asperge a vida
No amor entregue como dádiva do momento,
O coração sofre as represálias que a vida ditou
 E no trajeto colhe escolhos que não plantou,
Segurei a tela que pintei com as cores de Verão
E dela brotava o sol da ventura,
Inesperadamente do céu jorraram águas intemporais
E as cores se misturaram e escureceram,
A noite chegou, fria, invernosa,
E amordaçou as palavras travadas na garganta,
Deixo entrar pela porta entreaberta
A brisa suave das mãos estendidas
Que com novos pinceis e tintas
Tentam reconstruir o quadro da vida esborratada
 
poema e fotos Luna

segunda-feira, 26 de agosto de 2013


 
Quem sabe o que é a vida
Ou os segredos que ela contem
Quem conhece as escarpas,
Encruzilhadas, memorias passadas, presentes,
Quem conhece as grilhetas as amarrar,
As garras afiadas do instinto ao caminhar,
Somos como animais acorrentados
Procurando atalhos para compensar
Passamos o tempo ás voltas
Sem sair do mesmo lugar.
 
Poema e fotos Luna

domingo, 25 de agosto de 2013

Escolhas, decisões



Escolhas, decisões,
As tomamos diariamente
E vão alterar as rotas da vida.
Fazemos escolhas
Para esquecer, não sofrer,
Para creditar que a vida pode continuar,
Fazemos escolhas quando já não suportamos
Olhar e ver a dor refletida no espelho,
Quando contemplamos o mar e a maré
Se enche das lagrimas derramadas.
E fazemos escolhas por tantas outras razões
Escolhas certas, erradas,
Só um dia saberemos
Mas por vezes são essas opções
Que no momento nos tiram do poço,
E mesmo de olhos tristes
Nos fazem regressar á vida.
 
Poema e fotos de Luna

terça-feira, 20 de agosto de 2013


 
Procuramos o despertar
No raiar da aurora,
Talvez eu o procure
Dentro de mim,
Ou na razão de viver,
Na felicidade que se faz,
No amor que dá paz,
E a vida desabrocha a cada dia
A cada instante,
Como a neblina
Oculta em mistério
Orvalhada no poema que é a vida.
 
Poema e fotos Luna

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Não, não sei

 
 
Não, não sei escrever poesia,
Isso deixo para os poetas,
Eu simplesmente
Entrelaço palavras
Procurando no abecedário da vida
Penetrar em realidades paralelas,
E então descubro sonhos, sonhados, vividos,
E de repente abrem-se fendas na matéria
De onde palavras sem sentido
Vão saindo, revoluteando,
Entre adágios sem som,
E formam frases sem precisão
Que se vão desvendando, ou talvez não,
Sentindo os acordes de um violino,
Essas palavras rasgadas da mente
Acabam sempre, invariavelmente,
Estilhaçadas numa folha de papel.
 
Poema e foto Luna

domingo, 11 de agosto de 2013

 Nazaré
Paris
 
///////
Todos os seres que passam na nossa vida
Trazem uma mensagem, um aprendizado,
Felizes dos que em algum momento se apercebem
Dessa dádiva posta pela natureza
Ao serviço de cada um dos indivíduos.
Quando deixamos de sentir o outro
Com os nossos egos, os quereres as vontades,
Quando procuramos bem mais fundo
Na essência , no saber da alma,
Encontramos então escrito
A beleza  que existe na transmissão das palavras,
Atos, na mão que apareceu
Ainda que possa  desaparecer num momento seguinte,
Porque algo ficou,
Para todas as pessoas que já passaram na minha vida
Para as que ficaram, as que partiram,
A todos agradeço, os momentos bons ou menos bons
Que me ofertaram,
Através deles cresci, amadureci,
Pude fazer essa viagem dentro de mim
Onde a palavra mágica da filosofia perdura,
“ser ou não ser”
É nessa jornada de procura interior
Que aprendo a abrir as asas ao vento,
E nesse caminho entender
O que vale a pena viver, o que deve ficar,
E assim vou atravessando as pontes
Que me levam ao caminho
Que foi decidido para mim ao nascer
 
Poema e fotos Luna

sábado, 10 de agosto de 2013


 
Sinto-me presa
na arvore sefirotica do tempo,
amarras existenciais
como estacas de espinhos aguçadas
que penetram na pele, perfuram a carne,
qual touro ensanguentado na arena
que investe  no nada,
assim sinto que sou.
São as masmorras da vida,
grilhetas presas aos pés
que não deixam caminhar,
choupana mal erigida
que não  deixa sonhar,
sou acolito de mim
mancha que a  vida lançou
e o tempo moldou  
 
poema, pintura e fotos-Luna
 
 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Feridas


 
 
A mente guarda as amarguras desde sempre, desde a infância, ainda que possamos não nos lembrar, as magoas continuam a acumular-se durante anos a fio, e essas dores ao longo do tempo transformam-se em feridas, precisamos perdoar quem nos magoa pois só assim as feridas podem sarar, quantas vezes temos amigos, familiares a pessoa com quem partilhamos a vida que sempre nos adorou e nós também, mas basta uma oportunidade de sermos magoados e todo o amor, o respeito, o carinho acaba e sentimentos como raiva, odio, vingança começa a aflorar  e na mente onde outrora semeamos amor passamos a cultivar espinhos, mas os espinhos dilaceram a carne ferem a alma, e a infelicidade fica trancada nas portas que não sabemos abrir, na dor que deixamos instalada a corroer o coração.
 
Fotos e post Luna