Vivemos num mundo dual e defrontamos essa dualidade em cada
momento, em cada instante encontramo-nos numa encruzilhada, temos de decidir
qual a estrada por onde caminhar e quando a escolhemos tenho a certeza que o fazemos
com firmeza de ir pela vereda certa, no entanto é bem mais tarde que muitas
vezes descobrimos que essas certezas não eram reais pois o que parecia a melhor
via acaba por nos trazer muita dor.
Hoje revendo parte da minha vida sei que todas as escolhas
mesmo as “erradas” foram as corretas, uma vez que os ferimentos que tive pelas
escarpas que trilhei fez de mim a pessoa que hoje sou.
O sofrimento acaba por ser uma forma de purificação, no
fundo magoamos também tantos seres ao longo da existência, algumas nem nos
apercebemos desse facto, tão iludidos que estamos nas nossas razões, das nossas
verdades, mas a verdade é dúbia, e tão difícil é nos transportarmos para o
sentir dos outros.
Se olharmos bem para a nossa vida no momento, descobrimos os
erros do passado e as arestas que temos de limar para a nossa evolução
espiritual, pois a vida terrena é uma passagem muito breve, pela lei da atração
tudo o que fazemos retorna à nossa vida como pagamento pelo bem ou menos bem
que fazemos aos nossos semelhantes, temos o livre arbítrio das nossas decisões
mas vivemos num labirinto presos em teias, véus, completamente identificados
com tudo o que nos acontece, no fundo deveríamos trabalhar a lei da não identificação
pois só assim podemos ver com mais clareza e resolver os problemas que de momento
a momento vão acontecendo na nossa vida, com o discernimento com que os amigos
encontram a solução para os nossos problemas algo que nós dificilmente o faríamos
sem fazer dessa dificuldade uma bola de neve.
Maria José Pereira (Luna)