astrespiramides

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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Um dia alguém me perguntou se sempre fui feliz,
por quase sempre ter um sorriso no semblante,
antes de responder tive de pensar
no meu trajecto desde que nasci,
tive momentos...vivi momentos…
onde a tristeza condicionou a felicidade,
mas como sempre temos escolha,
escolhi acreditar na vida,
no lado bom de cada um de nós
e decidi viver, sonhar, acreditar no amor,
accionei o controlo remoto
e aprendi a sorrir,
e sorrio aos vendavais da vida
pois sei que a acalmia virá
e sorrio à falta de amor que me viu nascer
pois não vindo ao mundo não poderia viver,
e sorrio ao sonho de menina que me roubaram
pois as pedras do caminho me fortaleceram.
então pude responder

Sim sempre fui feliz, muitas vezes sem o saber.

Luna

domingo, 25 de fevereiro de 2018


Olho através das vidraças,caem gotículas
que escorrem e se estilhaçaram no chão,
o Outono Chegou, as folhas velhas esvoaçam ao vento
enquanto existem as que negam se desligar do galho da vida,
terão elas o poder de sobreviver?
Desvio os olhos da janela e visualizo uma flor solitária à beira do caminho,
É como a vida vazia de tantos seres
que só  permanecem pela memória dos afectos
e a cada dia que passa o frio mistura-se
na sala nostálgica da mesa posta só para um,
a maior iguaria fica trancada na garganta
onde as palavras adormecem caladas,
na cadeira fronteiriça lembranças…
um vulto, um sorriso , promessas tantas por cumprir,
mas nos olhos o peso da vontade
na força dos insubmissos que não se vergam à dor

ainda que o Inverno da vida já tenha chegado.

Luna

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018


De pés descalços  passeava na areia molhada da praia deserta,
olhando  para trás via as pegadas que se iam apagando aos poucos
era como a vida que pode ser reescrita a cada instante.
Sentia a maresia inundar os meus sentidos
Era o começo do principio sem fim ,
Do sentido de unidade,
onde a vida e a morte se tocam
onde não existe a separatividade
a dualidade, o sentido egoico,
para que ser uma sombra  perdida na multidão
que já cansada de lutar
vai deslizando como areia ao sabor da ventania.
Se podia ser o solfejo do universo
e entender que não existe para a alma
o bem e o mal, é só deixar ser...estar…
esquecer o relógio do tempo
e parar o pensamento deixando só o sentir.

Maria José Pereira (Luna)

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018


Passava na rua, vadia de afectos,
olhei-te sentado nas pedras molhadas do caminho
cruzamos os olhares...
vi nos teus, chispas incandescentes de raiva incontida,
de uma vida sofrida, aquecida por uma garrafa jà vazia,
a tua boca abriu-se, e dos lábios gretados pelo frio,
saiam sons decifráveis, misturados na saliva que escorria
e ambos se estilhaçaram  no chão,
Näo… näo podia deixar que a dor de uma vida perecesse ali
com cuidado colhi como flores aquelas palavras sofridas,
encostei-as ao meu coração quente de afectos,
dei-lhes carinho, amor e assim as entreguei prenhe de vida,
Ele pegou-as, olhou-me, uma lágrima rolou.
e tranquilo adormeceu.

Maria José Pereira (Luna)




sábado, 10 de fevereiro de 2018


Quando a vida te disser não,
não a queiras enfrentar,
ele está a avisar-te
que escolheste o sentido inverso no caminhar.
Quando os olhos chorarem de dor
näo te feches ao mundo e escuta o coração,
sem quereres, sem vontades,
sem teimares no que te faz mal,
Escuta-o simplesmente, deixando-o sibilar.
Com serenidade e o tempo certo
uma nova vereda irás encontrar .
acomoda-te na praia de ninguém
deixa a tua essência escolher,
sem medos, sem anseios, com a alegria de viver
olha o mar, vê a tua vida a passar
Como as ondas que vão e voltam
tudo um dia se vai modificar
é como no horizonte o pôr do sol
que nos mostra que há sempre
uma oportunidade que acaba por chegar.

Maria José Pereira (Luna)


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018


Como explicar o inexplicável,
os sentimentos que fluem
que nascem do nada,
que näo säo corpóreos,
ainda assim reais.
Como explicar o que se sente
sem se ter,
Como o perfume do vento
ou mesmo o sentimento
que se vive sem viver.
Como explicar as energias que chegam
se apoderam de nós
como a  saudade do que existe sem existir,
ainda assim  passam a fazer parte da vida.
Como explicar a existência,
o que é real, o indivisível
a vida ou a morte,
neste mundo irreal
como explicar o que é , simplesmente Ser.

Maria Jose (Luna)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

De braços abertos, face na face, os olhos sabem ler o mais ínfimo suspiro que brota da alma, que fazemos neste e por este mundo insano, que não o sendo, a própria inquietude do Ser que por não o ser  se transforma em insanidade levando a um mundo de inquietude.

Luna