divagando

 IRLANDA

 

NAZARÉ

 

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O autocarro vai em andamento, olho através da janela já esta a escurecer sinto que estou a ser levada ao meu destino, com se eu saiba qual o meu destino, nada sei desde o meu nascimento até este momento, nada sei, calcorreio a vida fingindo ter certezas, fingindo acreditar que sei para onde vou e que os passos que dou me levam para algum lugar.

Hoje ao olhar os olhos do meu bebé senti que ele tem a verdadeira essência da vida, a pureza, as suas verdades e vontades são simples e diferentes de como os adultos olham o mundo, e sinto que ao querermos educar uma criança começamos a castra-los a moldar a sua personalidade com o que achamos que é correto e desde muito cedo incutimos os medos, quantas grilhetas vamos construindo, e pensar que nascemos livres e acabamos adultos perdidos na estrada da vida sem rumo nem direção, agora escureceu completamente vejo sombras de arvoredo lá fora algumas luzes de carros que se cruzam no caminho com vidas que como a minha são sugadas diariamente desde o despertar ao adormecer da aurora nesta escuridão pérfida que é viver, estou quase a chegar ao destino para o qual paguei um bilhete, o outro continuo perdida no labirinto que não sei se terá fim…a morte, não acredito que seja o fim, mas até lá nego-me a largar i fio de Ariadne e tento a cada dia vencer o minotauro que vive em mim.

 

Post e fotos Luna