Não sei que horas eram mas também pouco importava, mas sei que era tarde da noite, abri a janela do meu quarto e escutei a luz a mesma que habita de dia sem a vislumbramos, em tudo existe a mesma origem, descobri sombras torpes não sei se eram pessoas que passavam ou as minhas fraquezas que deslizavam trôpegas procurando proteção das pedras que a vida encontrou para elas, será que viver não passa de fruto da imaginação, tudo passa tão depressa mas ao mesmo tempo existe em mim a sensação de ser centenária, tanto já aconteceu, tantos desafios, obstáculos…tanta vida vivida e espero tanta ainda por viver, fecho a janela, acendo a lareira quero  ver as chamas crepitantes como bailarinas que me enfeitiçam, mas o lume  também se apaga e  amanhã as madeiras vão estar desfeitas ou enegrecidas, será este o viver, morrer aos poucos até novo amanhecer.

Poste  e fotos Luna